sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Um pouco de xilogravura!

É.. estou há alguns dias rebelde, sem postar aqui no blog. Mas acreditem, foi por total falta de tempo! Apesar de estar de férias da faculdade ainda estou trabalhando, e, no final do ano, juntam festas, com coisas para resolver e providenciar. Mas estou numa ansiedade só para colocar alguma coisa aqui. Hoje, como último dia do ano vou postar um artista que gosto muito e que pesquisei um pouquinho a mais para contar pra vocês aqui.

Oswaldo Goeldi, é um grande xilogravador, escolhi ele para postar para vocês aqui porque quando fui na Bienal de Arte de Sampa este ano, pude conhecer alguns de seus trabalhos. 

Oswaldo Goeldi - xilogravura - 29ª Bienal de SP
Em 1895, Oswaldo Goeldi nasceu no Rio de Janeiro, porém logo depois foi viver em Belém do Pará com a família, onde permaneceu até os seis anos de idade. Essa vivência foi influência para sua atividade como ilustrador mais tarde. Após a estadia em pleno ambiente amazônico, mudou com a família para a Suíça onde concluiu o ensino básico e secundário. Começou a praticar desenho em sua adolescência, porém dedicou-se integralmente à arte só quando abandonou o curso de engenharia em Zurique, após a morte do pai. Estudou na Escola de Artes e Ofícios, em Genebra, porém decepcionou-se com a escola, dedicando, portanto, ao trabalho de ateliê com dois pintores, Serge Pahnke e Henri van Muyden, pouco tempo depois continuou seu trabalho artístico isoladamente.

Ilustração de Goeldi - Conto: Judas - Revista: Paratodos

Após a morte do pai, os recursos financeiros para se manter na Europa ficaram cada vez mais escassos. Trabalhou em um banco em Londres, iniciou um trabalho para a revista Paratodos, e também páginas dominicais para o A Manhã. Dedicou-se à ilustração de periódicos e livros para sua subsistência. Mas, em 1919, devido a escassez de recursos, Goeldi teve de voltar ao Brasil.

Em relação à crítica de arte, sua volta ao Brasil foi problemática. Seu trabalho estava com as raízes estéticas extremamente vinculadas ao expressionismo alemão, cujo qual teve contato e influenciou-se fortemente na Europa. Depois de sua primeira exposição no Brasil, no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, a crítica tratou seu trabalho com descaso, fato este que se deve às manifestações artísticas da época no Brasil, que eram predominantemente neoclássicas.

 Em 1924, por influência do amigo Ricardo Bampi, iniciou sua produção de xilogravura. Este amigo o introduziu no conhecimento das goivas, madeiras e processos de impressão da xilogravura. Paralelo ao início da produção de xilo, continuou seu trabalho como ilustrador, aproximando sua comunicação com o público através de suas imagens.

Fishmarket - 1924, xilogravura 15,5 x 16,5 cm
Goeldi, com sua contínua dificuldade de aceitação do seu trabalho no Brasil, enviou a Alfred Kubin, artista austríaco, um pedido de aprovação:Caro senhor Kubin, queira ter a bondade de olhar os meus desenhos. […] A forte influência que o senhor exerce sobre mim, sem dúvida, se nota logo. [...] Num momento crítico da minha vida foi o senhor que me deu forças.”*

O artista austríaco respondeu demonstrando total entusiasmo com a obra de Goeldi e qualificou seus trabalhos como magistrais. Neste momento, podemos observar a insegurança do artista com seu trabalho, devido apenas à uma falta de compreensão por parte dos brasileiros em relação a grandeza do crescimento e do amadurecimento de seu trabalho, apesar de já ter acontecido no Brasil a Semana de 22, Goeldi ainda teve dificuldades em apresentar seu trabalho. Como a criação do artista foi praticamente toda fora do país, suas influências estavam em um momento bem ousado da arte, experimentando novos espaços e formas. Acredito que a partir daí começa a grande importância de Goeldi como gravador no Brasil.


[Peixaria] - 1926, grafite 25,3 x 29,1 cm
Em 1928, algumas posturas em relação à arte começaram a ser modificadas devido a esclarecimentos de alguns intelectuais do cenário brasileiro como, por exemplo, Manuel Bandeira, que se refere aos salões da época como espaços que possuíam obras repletas de um "monótono realismo anedótico, sem emoção ou poesia"*. No mesmo ano, Goeldi é convidado para ilustrar a obra Canaã, considerada a primeira obra moderna da literatura brasileira, escrita por Graça Aranha.

Em 1929, começam a sair publicações positivas em relação ao seus trabalhos em São Paulo, sendo dois artigos: um de Mário de Andrade e outro de Geraldo Ferraz. Trabalhou durante um ano na impressão de um álbum chamado 10 xilogravuras em madeira, todo artesanal e conseguiu um bom dinheiro com a venda.

Meados de 1932, foi um momento de alta produtividade e experimentação de Goeldi – em sua gravura entitulada Baiana pode-se ver estes experimentalismos: imprime duas cores e utiliza depois uma pintura com tinta a base d´água.
Mulheres do Mangue - xilogravura - 1925

Produziu xilos para o álbum de Heckel Tavares, que compôs sua primeira música erudita, lançada com o libreto com as ilustrações de Goeldi. Ilustrou também a obra Cobra Norato, de Raul Bopp. Nessa época começa a sistematizar a utilização de cores nas gravuras. Em 1938, participou do II Salão de Maio, com obras surrealistas e abstratas, junto com outros artistas como Volpi, Di Cavalcanti, Guingnard, Cícero Dias, Flávio de Carvalho, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret. Foi convidado para ilustrar três livros do Dostoievski por José Olympio, aumentam seus trabalhos como ilustrador nos trabalhos diários, dedicou-se a ilustrar uma série sobre guerra, no contexto da Segunda Guerra Mundial.

Seus trabalhos carregavam uma forte tendência e ligação com a temática dos pescadores e da natureza, contudo, a temática das guerras, da violência e da morte vinham acompanhando suas ilustrações, faziam parte da sua sensibilidade como artista também. Goeldi começou a ter reconhecimento, passou a enviar seus trabalhos para diversas galerias e salões, dentro e fora do país.

[Baiana] 1932, xilogravura a cores e nanquim 
a pincel - 16 x 15 cm
Com o passar dos anos, o artista aumentou as proporções de seu trabalho, encomendando madeiras tropicais resistentes e com bastante dureza. Dava preferência a este tipo de madeira por possuírem superfícies uniformes, podendo, portanto, alcançar um preto denso e aveludado, além de ter o controle dos contrastes através da manipulação do uso da colher de impressão. Suas gravuras se tornam cada vez mais expressivas e com uma qualidade técnica inquestionável.

O trabalho de Goeldi cresceu enormemente e fortificou-se não somente no campo da ilustração. Trouxe uma enorme influência em termos estéticos para o Brasil e aperfeiçoou o processo da gravura em madeira – novos tamanhos de xilogravura, aprimoramentos da impressão de mais de uma cor, experimentalismos com outros processos, um primor de qualidade, com uma estética interessante. Morreu em 1961, mas deixou um acervo de imagens imenso e rico para os artistas que se interessam pela gravura.

[Briga de Rua] - 1926 xilogravura - 17 x 21 cm
Álbum 10 gravuras em madeira de 
Oswaldo Goeldi - RJ, 1930 - 35 x 26cm
André de Leão e o Demônio de Cabelo 
Encarnado - xilo - 1935 18 x 14 cm

Abandono – xilogravura - 1937


E aí, gostaram?

Boas Impressões!!! (Melhores ainda em 2011!)


Referência:

Centro Virtual Goeldi. Disponível em: <http://www.centrovirtualgoeldi.com >. Acesso em: novembro de 2010.

* Trechos disponíveis na página: http://www.centrovirtualgoeldi.com

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

12º Fumec Forma Moda - Alessandra Teixeira e Juliana Augusta

12º FUMEC Forma Moda realizou-se na última terça-feira, dia 14 de dezembro, no Shopping Alta Vila - assim como em sua última edição. Não pude deixar de prestigiar as formandas, até porque várias são grandes amigas minhas e companheiras de curso (dos dolorosos trabalhos e das noites viradas executando os mínimos detalhes). Já deu pra sentir um frio na barriga em pensar que no próximo semestre finalmente estarei lá - eu e dona Luiza também, né Lu? Desfilando nossas criações pela passarela. 

Enfim, vim deixar algumas boas impressões que tirei de lá!


Alessandra Teixeira - já vinha me impressionando com seus lindos desenhos feitos em aquarela, processo cujo o qual acompanhei o tempo todo no desenvolvimento de suas estampas. Orquidelando trouxe o universo natural para a moda, várias espécies de orquídeas vindas em belíssimas aquarelas e transformadas em tecido. A estamparia digital - técnica que veio para acabar com as barreiras entre a criação e a execução, possibilitou um resultado visual de suas pinturas em suas peças de roupa. Inspiração nestas belas flores e no trabalho da artista Margaret Mee, que registrou várias espécies da Amazônia através de suas aquarelas.

O resultado ficou lindo, uma modelagem diferente (e complicada). O modelo que mais fiquei encantada foi o vestido feito com orquídeas secas (sim, orquídeas de verdade). Ficou maravilhoso, delicado e cheio de poesia...

Abaixo uma imagem com as lindas aquarelas da Alê e um dos looks (o que eu mais gostei), o das flores secas:


Bom, continuando a falar de flores, agora é a vez de Juliana Augusta. Flores em você foi a coleção que surgiu das estampas Liberty (que eu, particulamente, sou uma adoradora). Juliana estava em busca de trazer o romantismo e a sensibilidade feminina para suas peças.

As fotografias do editorial, tanto da Alessandra quanto da Juliana, foram feitas pelo Estúdio Nubes - Nani Rodrigues e Marcela Ferreira.







O que acharam? Postarei mais sobre o Fumec Forma Moda daqui a pouco. Por enquanto vão me falando o que acharam das duas!

Boas Impressões!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Para dar água na boca - Calendário TCS 2011

O calendário TCS 2011 já está para ser lançado! Acontecerá no dia 16 de dezembro, quinta feira próxima, às 19 horas, no espaço Mini Galeria | Detono Graffiti, aqui mesmo em Belo Horizonte.

Uma parceria entre a gráfica TCS e o designer mineiro Otávio Santiago produz a 3ª edição de um produto super disputado do fim de ano: o calendário TCS. O calendário é item disputado: as imagens são super bem produzidas e a edição é limitada e distribuída a um seleto grupo de pessoas. Peça de colecionador!

Em 2009, sua primeira edição, o tema da produção foi em torno de grandes filmes (Calendário TCS 2009), já neste ano, 2010, o tema foi música, desenvolveram, portanto, capas de discos de grandes ícones musicais (Calendário TCS 2010). E enfim, para o calendário de 2011, o tema escolhido foi "Arte" - sempre mostrando sua interseção com a moda. Escolhemos os clássicos da arte, passando por vários momentos, desde o renascimento até a arte moderna. Além disso, os artistas escolhidos são de países diferentes, para mostrar pluralidade da arte e a diversidade de estilos - diz Otávio.

O calendário é feito de lâminas e nos versos de cada página, que correspondem a um mês específico, um texto explica um pouco mais sobre o movimento artístico escolhido.

Vejam algumas imagens do Making Off - abaixo:


   




E algumas imagens prontas do calendário:

Renascimento

Cubismo

Expressionismo

Expressionismo Abstrato

Modernismo Brasileiro

Pop Art
Achei fantásticas! Deu pra deixar com água na boca pro resultado final?

Para dar mais um gostinho ainda, vejam o vídeo do Making Off da produção:


Bom, agora a ficha técnica da galera que trabalhou pesado nesta produção:
* Concepção: Otávio Santiago
* Fotografia: Márcio Rodrigues
* Styling: Juliano Sá
* Beauty: Bruno Cândido
* Set Design: Cláudia Marent
* Stencil: Adriano Paulino
* Assistente de direção: Thiago Fosk
* Assistente de Fotografia: Vicente França
* Assistente de Styling: Caroleta Maurício
* Assessoria de Imprensa: Chris Martins & Renata Alves
* Bookers: Janaína Silva (Ford), Léo Ribeiro (Woll), Rodrigo Muchelas (V Brasil), Wesley Moraes (Why)
* Making Off: Gabinete Fantástico
* Videografia: Paulo Raic
* Produtor Executivo: Vicente França
* Fotografia Still: Adriano Paulino
* Trilha Sonora: Digitaria | Daniela Caldellas & Dani Hell

E aí, curtiram? Estou curiosa para ver como ficou!

Boas Impressões!

Bazar Ànamê - TRUCO - Cancelado

Bom, neste post trago uma notícia triste: o Bazar Ànamê - de sapatos, que aconteceria nos dias 15 e 16 de dezembro no espaço Dona Fulô - foi cancelado. A criadora da marca e dos lindos sapatos está à caminho de Barcelona na Espanha para fazer mestrado e não teve como manter a produção sem ninguém responsável por aqui em seu lugar. Mas promete trazer novidades mais interessantes e maduras na volta! Ficaremos por aqui ansiosos e curiosos!

Entrem no blog e fiquem a par de notícias: Blog Ànamê

Boas Impressões!

sábado, 11 de dezembro de 2010

TipoBazar



Oi gente!!!

Vim divulgar hoje mais um bazar de fim de ano - meio em cima da hora, mas ainda dá tempo para quem quiser conhecer. Este é um bazar cheio de novidades e idéias bacanas para atrair convidados! Além de produtos super legais de novos estilistas, artistas e designers de São Paulo - todos reunidos pela estilista Marina de Luca - o bazar tem também um café exclusivo, um espaço beleza, onde terão manicures disponíveis para as visitantes fazerem suas unhas de graça e também uma super DJ de São Paulo, Mari Leone, fazendo a música ambiente do lugar! Achei o máximo, fiquei com muita vontade de ir!!!

O bazar chama-se TipoBazar e está acontecendo hoje, dia 11 e amanhã, dia 12 de dezembro. O endereço é Rua Harmonia 921, na Vila Madalena. Das 10:00 as 20:00. É em São Paulo! (vamos torcer para eles produzirem um desses aqui em BH também)

para entrar em contato com os organizadores, mandem recados para o e-mail tipobazar@gmail.com




Boas Impressões!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Do Figurino para o Cinema

Marjorie Gueller e desenhos de Capitães de Areia

No último final de semana, dias 04 e 05 de dezembro, aconteceu a última Oficina de aprimoramento técnico e artístico em audiovisual, II Edição, promovida pela Associação Curta Minas/ABD-MG. As oficinas foram realizadas através dos recursos do Fundo Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte e contou com a participação de professores renomados e experientes, pretendendo criar subsídios para que profissionais do município possam qualificar seus conhecimentos. 

Os workshops foram direcionados para estudantes e profissionais de cinema e moda, sendo a última oficina de Figurino para Cinema, ministrada pela figurinista Marjorie Gueller. Sua formação foi em estilismo, pelo Studio Berçot-Ruckie, em Paris e apresenta um currículo extenso complementado com trabalhos feitos para cinema, teatro, dança e publicidade. 

O curso, que durou dois dias, abrangeu toda a explicação do processo de criação de figurino para o cinema: leitura de roteiro; conversa com o diretor geral e diretor artístico; montagem de equipe; pesquisa; orçamento; compra de materiais; produção; funcionamento no set de filmagem; envelhecimento de peças; dentre outras minúcias da produção. 

Os alunos puderam ter uma noção de como se deve ler o roteiro e como se desenvolve a decupagem, descrevendo as peças de roupa de acordo com personagens e cenas. Após a conversa com os diretores, o profissional busca saber como criar um figurino para não competir a atenção do espectador com o cenário ou com o acontecimento da cena, além de aprender como direcionar conceitualmente a criação de acordo com a fotografia e a intenção artística do filme. O curso aborda ainda questões ligadas ao funcionamento e à seleção da equipe responsável pelo figurino e também questões ligadas à confecção de peças, que sempre funciona in loco com a gravação do filme. 

Na finalização do curso, Marjorie Gueller ilustrou com alguns exemplos de filmes com figurinos interessantes, como por exemplo O Fabuloso Destino de Amelie Poulin, Maria Antonieta, Amor à flor da pele e O poderoso chefão. Fez também alguns paralelos entre filmes antigos e alguns mais atuais, tais como A Fantástica Fábrica de Chocolate e Romeu e Julieta em suas duas versões.

A sessão de oficinas enfatizou o desenvolvimento conceitual e técnico de todo o processo de elaboração e produção fílmicas, capacitando alunos e profissionais da área com um conhecimento mais aprofundado sobre figurino.

Vejam este trailer do filme Vida de menina, cujo figurino foi feito pela Marjorie Gueller:


Adorei o figurino, principalmente a botinha da menina (aparece no trailer) - segundo a Marjorie, ela teve que mandar fazer a bota, muito legal mesmo.

Foi ótimo!!! Adorei!!!

Nós no curso com a Marjorie Gueller na UNA - Foto: Luana Cordeiro

Postei este texto também no Escreva Moda.

Boas Impressões!

sábado, 4 de dezembro de 2010

sobre mais do que um grande show

Estava eu no novo blog das minhas primas e do meu tio: Vitrola dos Souza, que fala de música de jeitos diferentes e criativos, e me deu saudades do melhor show que eu fui na vida, que foi o show do Paul McCartney - Up and Coming Tour, e que, por falta de tempo, ainda não postei nada sobre ele aqui no blog - o que é um absurdo para uma pessoa que é tão cheia de mania de ouvir Beatles, como eu.

No blog deles vi postado a música "Blackbird" cantada pelo Paul McCartney - linda linda, olhem:


Gente, o show foi tão especial e o Paul é uma gracinha, fez super questão de falar em português - várias frases, fiquei toda orgulhosa, foi espetacular! Fiquei emocionada e vidrada no show do início ao fim - só uma coisa que me arrependo: não ter ido de pista especial - queria pegar a palheta! hahahaha, mas da arquibancada foi ótimo também! Achei lindo ele homenageando o John e o George - e sem falar, homenageou o Ringo também. Eu sou suspeita pra falar do John, mas ele é merecedor de toda homenagem sim.

"A Day in the Life" foi demais - esta música linda e enlouquecida:


Mas - SEM DÚVIDA NENHUMA - a hora que eu mais me emocionei e fico toda arrepiada até agora quando escuto foi quando tocou "Eleanor Rigby" - que foi durante muito tempo a minha música predileta. Passei mal nessa hora, foi lindo demais!! Um coro no Morumbi se emocionando com a música - sintam:


Fantáááááástico não? Na hora que tocou essa música a Marina, minha prima, até se juntou comigo pra gente berrar junto "Ahhhhhhhhh Look at all the lonely people"

[Lembrei dos meus 14 anos (nú, tem tempo) - eu, minha irmã Teté e minha amiga Lila - na casa desta amiga nossa em Salvador, escutando Eleanor Rigby o dia inteiro - achando lindooo, bons tempos!]

3 horas de show e umas 35 músicas não foram suficientes pra mim, quero mais! hahahaha

Nossa foi indescritível - que show Maravilhoso! 

Deixei um pouco, um quase nada, da minha alegria nesse dia pra vocês, acreditem voltei insandecida de amor, sem voz e sem querer ir embora. Foi demais!

Boas Impressões!


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

E começou hoje!

No caso, ontem, porque já passou de meia-noite. A exposição dos formandos de Artes Visuais do 2º semestre de 2010 da UFMG [meus coleguinhas] acontece no saguão da Reitoria da UFMG - teve sua abertura nessa quinta, dia 02 de dezembro e ficará até o dia 10, sexta-feira.

Pintura, Desenho, Escultura, Gravura, Cinema de Animação.


Boas Impressões!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"Um olhar para o Grupo Corpo"

Como acredito já ter falado anteriormente no blog, este ano, em Belo Horizonte, pelo menos nos campos de criação, o que se tem discutido muito como assunto, tema ou objeto de pesquisa é o corpo e a dança - talvez muito devido aos 35 anos do Grupo Corpo (e nós, como mineiros orgulhosos de tudo o que vem da nossa terra, não cansamos de rememorar).

Portanto taí, uma mostra envolvendo Design e Arquitetura com uma homenagem ao Grupo - "Um Olhar para o Grupo Corpo" - mostra que está acontecendo desde o dia 18 de novembro no Ponteio Lar Shopping e fica exposta para os visitantes do shopping até esta próxima quinta, dia 2 de dezembro.

A mostra apresenta alguns ambientes desenvolvidos por designers de interiores, utilizando coreografias do Corpo como assunto. Cada instalação é uma peça. Tem Bach, 21, Lecuona, Íma, Maria Maria, O Corpo, Breu, Missa do Orfanato, Prelúdios, Nazareth. Uma exposição interessante para quem se interessa por design e dança também, é divertido observar as releituras - para quem adora o Grupo Corpo, gasta tempo observando alguns detalhes que remetem a peça. 

Mostra dentro do contexto belorizontino corpo/dança. Adoro!

Bom, não é só isso. Em um dos ambientes, especificamente o ambiente criado pela designer Eliana Motta sobre a peça "Bach" estão expostas 3 pinturas minhas que desenvolvi a partir de fotografias que fiz na Escola do Corpo. Então vale ir lá me prestigiar também! (hahahaha)

Vejam as fotos do ambiente:



O que acharam? Gostaram do ambiente? e das pinturas?

Boas Impressões!

Lançamento da Coleção ASAS

 O Projeto ASAS - aglomerado da Serra, teve início em 2007, e é um projeto de extensão feito pela Universidade FUMEC. Surgiu a partir da disciplina "Artesanato e Design" oferecida como optativa nos cursos de Design e hoje a produção se dá através de três projetos em andamento: ASAS-Aglomeradas, ASAS-Meninas do Cafezal, ASAS-Serra de Bambu. Têm como objetivo consolidar tecnologias sociais reaplicáveis, capacitar, gerar renda e produzir objetos com alto valor agregado que, como descrevem, transitem entre o design contemporâneo e o artesanato urbano.

São atividades dos projetos: oficinas de costura, estamparia, bordado, encadernação, fotografia pinhole, desconstrução de roupas, modelagem experimental, reaproveitamento têxtil, moulage criativa, patchwork, planejamento e desenvolvimento de coleção. A partir destas oficinas criam os produtos para a comercialização.

O núcleo produtivo Aglomeradas convida para o lançamento do catálogo e da coleção "Territórios Aglomerados" que acontecerá dia 04 de dezembro na GRAMPO design - de 10h às 16h. Mais informações no convite abaixo:



Um Projeto inteligente e repleto de responsabilidade social. Um ótimo convite, aproveitem!!!

Boas Impressões!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

as minhas impressões navegadas no São Francisco

Já falei da exposição em um post anterior: este aqui, divulgando e falando um pouco sobre. A data para término era dia 29 de novembro, mas foi estendida até o dia 19 de dezembro no Palácio das Artes. Portanto, quem ainda não pôde ver, ainda tem tempo!

O post de hoje é sobre as minhas próprias conclusões e impressões de quando visitei o espaço. Foi bem gostoso! Quem tiver paciência pode dar uma lidinha!


Sobre a exposição do Rio São Francisco, idealizada por Ronaldo Fraga, o que tenho a dizer é que tive deliciosas impressões. Primeiro porque, como já conhecia a coleção apresentada em junho de 2008, já fui com uma retórica muito agradável em relação ao assunto tratado pelo Ronaldo – da maneira como ele dispunha o assunto até o resultado final: desfile, roupas, acessórios e uma música que eu, particularmente, sou encantada (montagem editada por Ronaldo Gino com a voz de Tetê Spíndola e o som do grupo Barbatuques – maravilhoso).

Segundo porque, ao entrar no primeiro ambiente, o estilista já vinha aconchegando o espectador com sua voz que saía de um vídeo, vídeo este que contava um pouco sobre o entorno do Velho Chico e sobre o porque de contar as histórias dele. Isto tudo eu ouvi sentada em almofadinhas estampadas de histórias. O espaço era completado de informações ribeirinhas, culturais, culinárias e artesanais. Havia em uma parede um desenho de todo o percurso do Velho Chico, bonito todavida, passando por Minas, Bahia e Alagoas – que delícia! Em cada cidade um buraquinho para espiar melhor uma foto ou um vídeo com causos e lindas imagens daquele lugar, as vezes só mostrando os rostos daquelas crianças lindas que vivem por lá, rindo de vergonha ou de graça de estarem sendo filmadas, uma coisa diferente no dia delas. Pois eu ri junto, achei lindo!

Malas, maletas, caixotes, histórias, homens na rede, frutos, sementes, peixes, enlatados ou não, estavam por toda a parte, enfeitando e contando estórias por onde se passava. Cabides com roupas que saiam um som gostoso, meio poesia, meio música – quase que tinha que abraçar a boneca para ouvir mais de perto o som – momento do abraço, acho que isto é bem ribeirinho também. E a hora da fé, que não falha pra este povo, não faltou – pisando em sal grosso vimos a fé nas imagens desse povo espalhadas, nos terços e crucifixos artesanais carregados com carinho e devoção. E os ditos populares e o ABC do São Francisco não ficaram de fora, tamanha bobajada popular que fazem rir nossos corações.

Daí nos encontramos com algumas peças da produção do desfile de Ronaldo – intocadas – mas admiradas de fora com seus lindos caimentos e bordados que amarram as riquezas de um povo, apliques e sobreposições que narram histórias, peixes que nadam em tules leves e delicados. Tudo muito bonito mesmo.

Fiquei sensibilizada com o vídeo da cidadela de Rodelas, na Bahia, que foi desabitada para construir a tal da grande hidrelétrica em cima – contado por Wagner Moura, que fez parte deste evento da cidade, o vídeo nos mostra um pouquinho daquilo que é saudade – como diz um senhor no vídeo: “saudade é vontade de ver de novo”.

E então nos deparamos com muito mais do que três dúzias de garrafas, uma infinidade delas, rotuladas com coisas boas de várias cidades do entorno do Rio, e com o que dentro? Adivinhe? Água daquele rio que se homenageia, ele mesmo, o São Francisco. Lindo, lindo.

Para finalizar, entro em um espaço vazio, mas cheio, de luz e de depoimentos de quem por ali passa – é o giz marcando o seu chão. Enfim, como naquelas festas de São João, ou nas quermesses do povo do interior, uma “pescaria” de brincar, brincar de conhecer o Rio ainda mais – suas dimensões, importâncias e conquistas. Pesquei uns dois ou três peixes.

Por fim, me encantei!





Boas Impressões!

domingo, 28 de novembro de 2010

caminhantes tortos da cidade - sampa

São Paulo sempre me encanta - demorei pra conhecer lá direito, mas desde que descobri fiquei meio viciada. E confesso, ainda estou. É uma cidade incessante de surpresas e coisas diferentes e gulosas de se ver. Nos dois últimos finais de semana estive por lá. Fui primeiro no dia 11 de novembro e fiquei até o dia 15 com o pessoal da minha faculdade, depois voltei no dia 19 e fiquei até o dia 22 com a família para ver meu querido e lindo Paul McCartney (melhor só seria se estivesse com o John, George e Ringo) na sua turnê "Up and Coming Tour", que rolou no Morumbi! Demais!

Teve bão!


Nos momentos caminhantes (que foram muitos!) pudemos ver muita coisa boa: Primeiro, fomos na Casa do Artista: artistas mineiros na gula por uma grande loja onde junte tudo aquilo que precisam - com nossos olhos necessitados de ver pincéis, tintas, canetas, cores, papéis e instrumentos afins - pulamos em cima e com nossas bandejinhas de plástico saímos juntando tudo que nosso bolso daria conta de pagar. Devo dizer que não levei muita coisa não. A verdade é que achei as tintas lá mais caras que aqui em BH - mas fiquei enlouquecida com umas canetas design maravilhosas - tinham TODAS as cores - vejam bem, eu adoro cor, queria umas várias - 12 reais cada caneta (2 pontas, mas uma caneta só) - AJA bolso! Desisti, por enquanto...

Adorei conhecer a casa do artista, tinham uns cavaletes sensacionais!!!

Depois de lá fomos em um grupo menor atrás de como chegar na USP - chegando lá conhecemos o campus - passamos no Paço das Artes, mas estava montando uma exposição, não pudemos entrar, de lá caminhamos até o MAC e entramos. Tinham algumas coisas interessantes por lá, mas nada que tenha me chamado uma atenção mais especial (com exceção de um vídeo-arte muito estranho que vimos por lá - não lembro mais o nome do artista - mas o vídeo se tratava de uma pessoa com uma roupa quase que astronáutica, toda a prova de sujeiras externas, e esta pessoa estava em uma floresta ou algo do tipo com alvejantes, desinfetantes, paninhos e águas sanitárias, limpando a mata - no mínimo engraçado - saímos todos com uma cara de vírgula depois de ver este vídeo). Fomos então conhecer a ECA (Escola de Comunicação e Artes da USP) - entramos no ateliê de pintura - é um cheiro muito peculiar um ateliê de pintura, quase me senti em casa - acho que os ateliês de pintura todos do mundo se unem pelo cheiro espetacular de terebintinas, ecosolvs, aguarraz, tintas óleos e afins... engraçado!

Campus USP
Mas o campus da USP é bem bonitinho, arrumadinho e tudo mais. Foi bem legal passar por lá!

Depois fomos pra caminhada "em busca do Instituto Tomie Ohtake". Ninguém em São Paulo parecia saber informar onde ficava, mas, enfim, chegamos. Estávamos atrás do Akira Kurosawa - Que Demais! A exposição de desenhos está fantástica! Idéias e trechos de seus filmes, como se fossem pedaços de uma animação que se embolava num filme depois. Desenhos lindos e cheios de conteúdo - conteúdo imaginativo de uma cabeça sem limites para pensar! Fiquei encantada!

Desenho Akira Kurosawa
No mesmo lugar estava rolando outra expo "Ponto de Equilíbrio" - também muito bacana e um tanto interativa.
O que mais gostei, sem dúvida, foi uma instalação de um jardim que vi lá - texturas, sons, plantas, lugares confortáveis que te faziam sentar - te acolhiam após o dia caminhante - a montagem em si, tudo era bem legal. Uns tules pendurados, umas redes, uns pedaços, estas coisas aguçaram minha criatividade para algumas coisas que estou aprontando para o meu TCC de moda - espero que funcionem!

Fim do primeiro dia, e o tempo passa.

Na manhã do dia seguinte, vimos outra exposição excelente! No Sesc Pompéia, a exposição "Joseph Beuys - A revolução somos nós" estava demais! 

Os cartazes, múltiplos, vídeos-performances te fixam o olhar. Fiquei horas em cada cartaz, li um monte dos textos que vi por lá, prestava atenção nas coisas que ele dizia nos vídeos entrevistas, me embebi de Joseph Beuys, este artista alemão. Fiquei até tentando entender os escritos em alemão (com minha quase insignificante capacidade de entender a língua, em meu pouco tempo de estudo), mas foi válido! hahaha

De algumas coisas que li e anotei:

" A arte me levou ao conceito de uma escultura que começa na palavra e no pensamento; que aprende a construir ideias com as palavras, e a transferir, para as formas, o sentir e o querer. Se o pensamento não falhar nessa tarefa, aparecerão nas imagens que espelham o futuro. As ideias tomarão forma." (Joseph Beuys)

"Uma forma nova de escultura, feita de palavras, imagens, símbolos, materiais, substâncias, cores, objetos e metáforas." (Antonio d´Avossa - curador convidado)

[A arte é um meio de trabalhar para o homem no campo do pensamento]

Muito bom!

Próxima parada - Itaú Cultural na avenida Paulista (adoro lá) - tinha uma exposição fantástica de gravuras - "O Egito sob o olhar de Napoleão" - Acervo de gravuras em livros e das matrizes no metal expostas - lindas e incrivelmente bem feitas. Impressionante o cuidado e a conservação de todo o material - a minúcia dos detalhes das imagens, do desenho bem feito, das colunas, muito bom de ver. Acredito que algumas que estavam coloridas eram aquarelas feitas em cima da gravura em metal  impressas. Em uma das imagens tinham duas placas de metal, que suponho que uma delas estava responsável por imprimir as cores e a técnica era maneira negra e a outra eram só as linhas em preto mesmo, técnica da água forte. Vou postar fotos de uma das imagens, a placa de metal e a imagem impressa - a qualidade ficou ruim porque tinha um vidro na frente que dificultou um bucado, mas só para vocês terem uma noção do primor destas imagens! Essa acredito que seja água forte e água tinta e depois aquarela em cima da impressão, me corrijam quem souber de outra resposta para a técnica.

Imagem Impressa

Placa de Metal Gravada

Ainda tenho mais um monte de coisas para falar das minhas caminhadas por Sampa! Mas por hoje vou deixar por aqui, me contem o que acharam!!! E deixem suas impressões sobre os artistas que falei por aqui!!!

Boas Impressões!