Casa arrumada

…e Carlos Drummond, sem me conhecer, definiu a bagunça do meu quarto:

CASA ARRUMADA - Carlos Drummond de Andrade

Casa arrumada  é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

Carlos Drummond de Andrade

 

Pois é isso que tenho: uma casa com vida!

Boas Impressões!

São Paulo: impressões finais

Continuando o passeio por Sampa, encontrei mais algumas lembranças dos meus bons amigos artistas:

Marcus Vinícius do Carmos, essa é pra você: Os Gêmeos na parede do MAM, no Ibirapuera:

Grafite dos Gêmeos na parede do MAM no Ibirapuera.

No MAM estava rolando uma exposição do Cândido Portinari, com desenhos, estudos para pintura, estudos de cores, azulejos e painéis.

Minha amiga Fernanda Melo vai gostar muito do desenho abaixo:

Cândido Portinari no MAM. Esqueci de anotar, mas acho que o desenho chama Menino Morto.

Umas azulejarias, tipo as portuguesas (em homenagem ao meu próximo destino), tipo a Igreja de São Francisco na Pampulha feita por ele. Lembrei da Mariana Laterza, que curtia umas azulejarias, Juliana Gontijo também:

 

Cândido Portinari no MAM.

Para finalizar a última parada foi uma exposição de design de produto do Fernando Jaeger no muBA (museu de Belas Artes de São Paulo). Lembrei da Hemilly Brugnara, amiga designer. Tão aí alguns objetos criados pelo designer, alguns foram premiados tanto pelo design quanto pelo método sustentável de fabricação. Álguns detalhes foram feitos com compensado de madeira, como, por exemplo, a base da mesa de madeira oval nas fotos abaixo:

    

Adorei as cores!

Tão aí algumas impressões da viagem que não poderia deixar de compartilhar!

Espero que gostem.

Boas Impressões!

continuação: São Paulo

No dia seguinte, descemos na Estação da Luz e fomos ao Museu da Língua Portuguesa e à Pinacoteca.

  

Fotos tiradas no Museu da Língua Portuguesa, agosto de 2011.

Esse trecho do Monteiro Lobato, em que a Emília conversa com o Visconde de Sabugosa é uma delícia, e é verdade: a vida das gentes nesses mundo é um rosário de PIScAdAs. É um museu interativo, com vídeo, instalação, equipamentos cujos quais são possíveis de clicar e pesquisar, muito bom de visitar. Sem contar as coisas lindas que vemos por lá escritas nas paredes e projeções… dá para sair inspirada. Sobre a origem das palavras lá tem falando de tudo: estrangeirismos, origens do português, sobre como as palavras vieram cair na nossa língua, sobre as línguas indígenas, e até sobre os neologismos de Guimarães Rosa.

Os neologismos são gostosos: Comigar: relacionar-se comigo. Bonitinhamente: de forma bonita. Lindo!

Foto: Museu da Língua Portuguesa, agosto de 2011.

Essa é para os meus amigos que curtem um bom rock – a imagem é pela origem da palavra rock na nossa língua, mas também para mostrar o quão dançante é o rock n’ roll na alma:

Foto: Museu da Língua Portuguesa, agosto de 2011.

Na Pinacoteca estavam com 2 exposições temporárias além do acervo permanente: Gerhard Richter e Arcângelo Ianelli. O acervo permanente estava incompleto devido algumas obras inacabadas do museu, então vimos só uma parte do acervo (como eu já visitei a pinacoteca não tive tanto problema quanto a isso, foi até bom porque pude observar com mais cuidado cada pintura).

Exposição do Gerhard Richter na Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

A exposição do G. Richter estava bem pequenininha e não tinham tantos trabalhos, as pinturas mesmo só tinham as de pequeno tamanho, fiquei um pouco decepcionada, mas ainda assim valeu a pena ir conhecer.

Já a exposição do Arcângelo Ianelli, apesar de ser uma expo feita com doações do artista e não seguir uma linha especificamente, foi uma montagem bem interessante. Tinham trabalhos de desenho de observação e também gravuras e guaches do artista em seus estudos da cor e das vibrações destas. Em cada trabalho que via lembrava de alguém:

* Nos desenhos de grafite e estudos de modelo vivo lembrei da Luiza Pacheco e do meu querido orientador Eugênio Paccelli:

 

Desenhos de Arcângelo Ianelli. Fotos tiradas na exposição da Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

* A natureza morta lembrei da Janaína Rodrigues:

Pintura de Arcângelo Ianelli. Foto tirada na exposição da Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

O acervo permanente (selecionado) que a gente visitou tava bem escolhido: não deixaram de colocar uns bons da pintura brasileira:

Tarsila do Amaral. São Paulo. Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

Anita Malfatti. Tropical. Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

Lembrei do amigo Cássio Ferreira com essa pintura abaixo do Flávio-Shiró, japonês, de 1969: Cores e massas de tinta:

  

Flávio-Shiró. Máquina Humana. Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

A noite de quarta-feira foi paulistana: Rua Augusta, porém foi a noite paulista com mais cara de mineira que já tive: fui prestigiar os amigos do Dibigode que foram tocar no Studio SP. Música e clima das noites de saídas belorizontinas com um cenário novo, o show como sempre excelente, aos poucos esses meninos tão fechando as casas todas de sampa com o bom som que fazem, anotem aí o que estou dizendo.

Foto do show do Dibigode no Studio SP, na rua Augusta, 10 de agosto de 2011.

Aproveitarei a deixa para divulgar o site dos meninos: Dibigode. O lançamento do site rolou 2 de julho, se não me engano, no Studio Bar aqui em Belo Horizonte. O show foi bacana demais e contou com a participação do Pedro Vuks, fazendo improvisos junto com a banda. Foi um dos melhores shows que já fui dessa rapaziada! Curti demais!

O site deles é a sensação, interativo e cheio de informações gostosinhas… pra quem não conhece rola de ouvir umas músicas por lá também. Vai logo ver e ouvir, vai!

Boas Impressões!

continuando: São Paulo

Ainda em Sampa…

Na terça-feira, dia 9 de agosto, fui à abertura da exposição “Sobre Papel” com aquarelas do Mário Zavagli e litografias do Amilcar de Castro. A galeria tinha dois andares, o andar de baixo foi ocupado pelos trabalhos do Amilcar e o segundo andar com as aquarelas do Mário.

Acima uma pequena amostra das aquarelas do mestre Zavagli que estavam expostas na Galeria Horizonte em São Paulo. Não tenho imagens das litografias do Amilcar de Castro, mas o conjunto escolhido para a mostra era todo muito belo, mostram processos artísticos feitos na litografia e alguns livros com vários trabalhos. As aquarelas do Mário Zavagli são imagens inspiradas no cenário das cachoeiras, das serras e cerrado mineiros. O próprio artista é quem fotografa o cenário que quer retratar, parece um registro de passagem que quer contar através da aquarela. É um processo de pintura minucioso, leva 2 a 3 meses para finalizar um trabalho. A gramatura do papel tem em torno de 600 a 800 gramas, uma placa de papel praticamente.

É um trabalho encantador, difícil de tirar os olhos… dá um gosto bom de ver! A minha predileta é a segunda pintura que postei aqui (de cima para baixo)…Vista de perto é possível observar detalhes das plantas, florezinhas minúsculas e lindamente vermelhas, colorindo ainda mais a cena, o reflexo da água, a cachoeira, tão bem feitos que é difícil de acreditar que aquilo foi feito com pincel. Detalhe importante de ser contado/lembrado: todo o branco da aquarela é o papel puro, sem tinta. (Pensem que a água que cai da cachoeira é quase toda uma “não pintura”, fico impressionada com a perfeição!)

A expo ficará aberta até o dia 3 de setembro para visitação.

Boas Impressões!

“Alguma coisa acontece no meu coração…

…que só quando cruza a Ipiranga e avenida São João.” [sampa – caetano veloso]

E mais uma semana de viagens (estou me deliciando com este meu ano viajante!). Semana passada fiquei 5 dias em São Paulo. Há quem diga que ir pra Sampa não é tirar férias, pois eu paguei a minha língua há alguns anos atrás quando conheci de verdade a grande metrópole do nosso Brasil: ô lugar bom de passear (principalmente se você está a pé ou de metrô)!

De fato é uma cidade das correrias, o negócio é saber moldar o sistema a seu favor: eu sai de carro lá poucas vezes e, de tanto que já fui lá aprendi a chegar nos lugares a pé e de metrô para evitar o trânsito.

Detesto sair na rua com chuva, mas a terra da garoa não tem jeito: até gosto de passear molhando um pouquinho por lá, já acostumei, nem me incomoda mais… “…e os novos baianos passeiam na tua garoa, e os novos baianos te podem curtir numa boa”

E vi muita coisa boa!

Começamos por um almoço no Liberdade… lá não é um lugar que me fascina muito, apesar de adorar algumas coisitas orientais. Já degustei pratos japoneses bem melhores fora de lá, tenho certeza! Mas vale a pena passar lá pra conhecer.

Depois fomos ao MASP – cheio de coisas lindas! Fiquei namorando a ponte japonesa do Monet mais uma vez. (Ainda assalto o Masp só para colocar essa pintura no meu quarto). Mais artistas que tem por lá que adoro: Degas, Van Gogh, Toulouse Lautrec, Amedeo Modigliani, …entre outros.

Passeio ao Crepúsculo, Vincent Van Gogh, 1889/1890. Óleo sobre tela, 75,5 x 70,5 cm (Acervo MASP)

Como exposição temporária estava a mostra “Papéis Brasileiros: Gravura 1910-2008 – Coleção MASP”, tinha muita coisa! Foi bom para conhecer alguns gravuristas que nunca tinha visto o trabalho e também para ver de perto algumas técnicas que não conhecia bem. Tinham litografias, xilos, gravuras em metal, talha doce, xilo de topo, entre outras. Bem completa!

 

Xilogravura de topo de Lívio Abramo           Cildo Meirelles - Espaços Virtuais: cantos

 

Maria Bonomi -Terceiro Milênio – 1978                   Luiz Hermano - Deus Pan - 1984

Acima, algumas gravuras que estavam na exposição. Tinham outras tantas que gostei muito mais, mas lá não podia fotografar, portanto mostro apenas um cheirinho dos trabalhos, disponíveis no site do MASP.

Vou divindo o post em pedaços…

Boas Impressões!

Sobre Papel – Mário Zavagli e Amilcar de Castro

 

Essa exposição é para os paulistas e para aqueles que estarão lá por esses dias! Nosso mestre da pintura Mário Zavagli mostrará suas belíssimas aquarelas juntamente com litografias de outro grande artista brasileiro, que foi o Amilcar de Castro. A abertura acontecerá na terça-feira, dia 9 de agosto, na Galeria Horizonte, em São Paulo.

Boas Impressões!

Exposição Des Amis – Retrospectiva

Amigos,

Convido vocês para a exposição coletiva no bistrô Des Amis. É uma retrospectiva de todos os artistas que expuseram durante o ano de 2010 e 2011 no bistrô. Ano passado, em junho, fiz uma exposição individual com meu trabalho de pintura lá, portanto, agora, para quem quiser conferir, tem um trabalho meu exposto novamente. Outros artistas também estão compondo esta mostra: Esther Azevedo, Graça Jota, Henrique Marques, Jéssica Martins, Leonardo Oliveira, Luís Tavares – Matuto, Míriam Doll, Patrick Melgaço e Renata Lacerda. Muitos trabalhos excelentes!

A mostra fica até o dia 20 de agosto. E, para quem tiver o interesse de ir conhecer, vale a pena experimentar os pratos maravilhosos do bistrô. Conheçam mais no blog: Des Amis.

O endereço é: Rua Professor Clóvis de Faria, 31 – Santa Amélia | BH-MG – (31) 3324-1227

 

Boas Impressões!

dança – aulas | contemporâneo e afins

Acredito que as inscrições ainda estão abertas!

Para quem está procurando aulas de dança, ligue lá!

Boas Impressões!

aniversariando…

Hoje o Tudo Impressão faz 2 anos! =)

(…) e isso “me faz pensar” (makes me wonder uhuhuh) que é necessário uma boa música para comemorar.

E a tarde de domingo (ontem) fiquei ouvindo vinis com meu pai, eu e ele ficamos vendo fotos antigas e ouvindo uns Lps… o auge da tarde foi o disco Led Zeppelin IV… só com músicas sensacionais. “Stairway to heaven” torna qualquer comemoração muito mais digna, portanto, aí está:

presentinho pra mim e pra vocês que passam por aqui também!

eu fico feliz por aqui, porque adoro vim cá escrever, dividir e trocar idéias sobre coisas boas!

Boas Impressões! (por aqui, lá e cá) =*