segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Barcelona, reparando detalhes…

Depois de alguns bons tempos fora do ar, volto novamente com o Tudo Impressão a ativa, agora direto de terras lusitanas. =)

Já desci com o pé direito ao velho continente, primeiro destino: Barcelona – Espanha. Uma bela cidade para começar com boas impressões européias e ainda mais encantadora para aqueles que admiram e/ou estudam/trabalham com arte, arquitetura, música, teatro e afins… a cada esquina um detalhe, um ornamento, alguma forma inspiradora.

Barcelona é também uma terra em que o verão é de verdade: um sol tão intenso que o calor fica até o anoitecer… Parece uma cidade perfeita para viver: a bicicleta é um dos meios de transportes públicos bem incentivados: “Bici” como chamam, são as bicicletas que se encontram em vários pontos da cidade disponíveis para aluguel, basta ter um cartão e pronto: você pega uma bicicleta e deixa no ponto próximo ao seu destino! Perfeito! E o custo é uma pechincha de 30 euros por ano! É realmente uma pena que seja só para moradores.

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Foto: Barcelona – setembro de 2011.

Preferi dividir em algumas partes o post sobre Barcelona para poder colocar o máximo de fotos possíveis e não ficar tão pesado, portanto, quando acabarem de ler este aqui procurem o próximo acima ou esperem até eu postar no dia seguinte.

O arquiteto que iluminou Barcelona: Antoni Gaudí (1852-1926) foi um arquiteto com diferencial: projetou formas orgânicas e, aparentemente, impossíveis de serem modeladas para um edifício, em prédios, praças, parques, tetos, bancos, móveis, em inúmeros detalhes da cidade de Barcelona. É uma grande referência para os estudos de geometria: aproveitou-se de desenhos geométricos e os rearranjou de maneira que surgissem novas formas, inusitadas e que fossem orgânicas aos olhos. Gaudí fez reviver meus tempos como aluna e monitora de representação geométrica no curso de Design: onde aprendi que retas podem formar curvas aos nossos olhos e, ao mesmo tempo, continuarem completamente esticadas, intactas.

Observem na imagem como isso pode acontecer:

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As retas quando redirecionadas (nesse caso torcidas) formam curvas (veja acima), entretanto não é, momento algum, alterada a sua condição de reta.

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As formas geométricas foram retiradas das orgânicas e o contrário também se aplica.

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Fotos: imagens do museu de geometria do Gaudí dentro da Sagrada Família. Barcelona – setembro de 2011.

O Parque Güell, um dos espaços em que Gaudí deixou seus traços, é colorido por formas inspiradas em folhas, frutas, flores e por padronagens e azulejarias feitas pelo arquiteto, chamadas de colagens ou mosaicos.

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O parque é lindo e, além de ser todo ornamentado por Gaudí, é um espaço que recebe o tempo todo manifestações artísticas de todos os tipos: músicos, fazedores de bolhas, artesãos, pintores, dançarinos; estão sempre a passar por lá, semeando sua arte.

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Foto: O grupo acima é um grupo mexicano “Buenas Costumbres” que assistimos no Parque Güell, sensacional, eram divertidos, dançavam e a música muito boa. Barcelona – setembro de 2011.

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Foto: fazedor de bolha muito contente no Parque Güell, alegria e cores! Pra quê mais? Barcelona – setembro de 2011.

Não somente o parque, como também a cidade inteira, o clima é de alegria e de romance… é um bom lugar para estar bem acompanhada, eu diria. Uma cidade onde as cores bordam nossos corações com lindas padronagens. Grandes e volumosas construções que acalentam os braços, te aconchegam bem junto ao teu bem, ao fundo musical que te colocam… um bom lugar para ali bem ficar. Um bom lugar para ser mais feliz que o de costume.

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Foto: Em catalão “Viaducte dels Enamorats”, lindo. Parque Güell. Barcelona – setembro de 2011.

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Fotos: Parque Güell. Barcelona – setembro de 2011.

Das cores e padrões que vi, o que sei é que me perdi diante de tantas belezas. Perfeições de colagens que não sabia para onde olhar mais, nem me cabia na memória espaço tanto que permitia a minha lembrança guardar cada mínimo e perfeito detalhe. Tamanha beleza. Gaudí sabia o que dizia.

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Azulejos, azulejinhos, cor, corezinhas, colagens, brincadeiras, mosaicos, quebra-cabeças…:

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Ainda outros detalhes traziam com muita a força a natureza para o objeto construído: observa-se claramente o diálogo de cada entalhe e modelagem esculpidas pelo artista.

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Essa casinha (acima), junto com uma outra que tem ao lado dela no parque, mais me parecia uma casinha de chocolate com glacê ornamentado por cima… me deu foi vontade de comer. Parecia uma dessas estórias, tipo a de João e Maria…

E a vista do parque? Era simplesmente essa daí da próxima foto:

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Dá para ver a cidade inteira do parque! Fica no alto da cidade, lindo demais!

E nas redondezas a beleza continua:

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Essas são algumas das vistas do entorno do parque, tudo bem cuidado e bonito.

Barcelona é um lugar imperdível, farei mais posts com os outros lugares que visitei. O Parque Güell é um dos espaços obrigatórios: não paga para entrar, é ótimo para fazer um pic-nic, tem sempre muita música feita por artistas itinerantes, belas vistas, muitas cores e cantinhos aconchegantes.

Espero que apreciem.

Boas Impressões!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Casa arrumada

…e Carlos Drummond, sem me conhecer, definiu a bagunça do meu quarto:

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CASA ARRUMADA - Carlos Drummond de Andrade


Casa arrumada  é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

Carlos Drummond de Andrade

 

Pois é isso que tenho: uma casa com vida!

Boas Impressões!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

São Paulo: impressões finais

Continuando o passeio por Sampa, encontrei mais algumas lembranças dos meus bons amigos artistas:

Marcus Vinícius do Carmos, essa é pra você: Os Gêmeos na parede do MAM, no Ibirapuera:

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Grafite dos Gêmeos na parede do MAM no Ibirapuera.

No MAM estava rolando uma exposição do Cândido Portinari, com desenhos, estudos para pintura, estudos de cores, azulejos e painéis.

Minha amiga Fernanda Melo vai gostar muito do desenho abaixo:

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Cândido Portinari no MAM. Esqueci de anotar, mas acho que o desenho chama Menino Morto.

Umas azulejarias, tipo as portuguesas (em homenagem ao meu próximo destino), tipo a Igreja de São Francisco na Pampulha feita por ele. Lembrei da Mariana Laterza, que curtia umas azulejarias, Juliana Gontijo também:

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Cândido Portinari no MAM.

Para finalizar a última parada foi uma exposição de design de produto do Fernando Jaeger no muBA (museu de Belas Artes de São Paulo). Lembrei da Hemilly Brugnara, amiga designer. Tão aí alguns objetos criados pelo designer, alguns foram premiados tanto pelo design quanto pelo método sustentável de fabricação. Álguns detalhes foram feitos com compensado de madeira, como, por exemplo, a base da mesa de madeira oval nas fotos abaixo:

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Adorei as cores!

Tão aí algumas impressões da viagem que não poderia deixar de compartilhar!

Espero que gostem.

Boas Impressões!

continuação: São Paulo

No dia seguinte, descemos na Estação da Luz e fomos ao Museu da Língua Portuguesa e à Pinacoteca.

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Fotos tiradas no Museu da Língua Portuguesa, agosto de 2011.

Esse trecho do Monteiro Lobato, em que a Emília conversa com o Visconde de Sabugosa é uma delícia, e é verdade: a vida das gentes nesses mundo é um rosário de PIScAdAs. É um museu interativo, com vídeo, instalação, equipamentos cujos quais são possíveis de clicar e pesquisar, muito bom de visitar. Sem contar as coisas lindas que vemos por lá escritas nas paredes e projeções… dá para sair inspirada. Sobre a origem das palavras lá tem falando de tudo: estrangeirismos, origens do português, sobre como as palavras vieram cair na nossa língua, sobre as línguas indígenas, e até sobre os neologismos de Guimarães Rosa.

Os neologismos são gostosos: Comigar: relacionar-se comigo. Bonitinhamente: de forma bonita. Lindo!

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Foto: Museu da Língua Portuguesa, agosto de 2011.

Essa é para os meus amigos que curtem um bom rock – a imagem é pela origem da palavra rock na nossa língua, mas também para mostrar o quão dançante é o rock n’ roll na alma:

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Foto: Museu da Língua Portuguesa, agosto de 2011.

Na Pinacoteca estavam com 2 exposições temporárias além do acervo permanente: Gerhard Richter e Arcângelo Ianelli. O acervo permanente estava incompleto devido algumas obras inacabadas do museu, então vimos só uma parte do acervo (como eu já visitei a pinacoteca não tive tanto problema quanto a isso, foi até bom porque pude observar com mais cuidado cada pintura).

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Exposição do Gerhard Richter na Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

A exposição do G. Richter estava bem pequenininha e não tinham tantos trabalhos, as pinturas mesmo só tinham as de pequeno tamanho, fiquei um pouco decepcionada, mas ainda assim valeu a pena ir conhecer.

Já a exposição do Arcângelo Ianelli, apesar de ser uma expo feita com doações do artista e não seguir uma linha especificamente, foi uma montagem bem interessante. Tinham trabalhos de desenho de observação e também gravuras e guaches do artista em seus estudos da cor e das vibrações destas. Em cada trabalho que via lembrava de alguém:

* Nos desenhos de grafite e estudos de modelo vivo lembrei da Luiza Pacheco e do meu querido orientador Eugênio Paccelli:

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Desenhos de Arcângelo Ianelli. Fotos tiradas na exposição da Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

* A natureza morta lembrei da Janaína Rodrigues:

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Pintura de Arcângelo Ianelli. Foto tirada na exposição da Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

O acervo permanente (selecionado) que a gente visitou tava bem escolhido: não deixaram de colocar uns bons da pintura brasileira:

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Tarsila do Amaral. São Paulo. Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

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Anita Malfatti. Tropical. Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

Lembrei do amigo Cássio Ferreira com essa pintura abaixo do Flávio-Shiró, japonês, de 1969: Cores e massas de tinta:

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Flávio-Shiró. Máquina Humana. Pinacoteca de SP, agosto de 2011.

A noite de quarta-feira foi paulistana: Rua Augusta, porém foi a noite paulista com mais cara de mineira que já tive: fui prestigiar os amigos do Dibigode que foram tocar no Studio SP. Música e clima das noites de saídas belorizontinas com um cenário novo, o show como sempre excelente, aos poucos esses meninos tão fechando as casas todas de sampa com o bom som que fazem, anotem aí o que estou dizendo.

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Foto do show do Dibigode no Studio SP, na rua Augusta, 10 de agosto de 2011.

Aproveitarei a deixa para divulgar o site dos meninos: Dibigode. O lançamento do site rolou 2 de julho, se não me engano, no Studio Bar aqui em Belo Horizonte. O show foi bacana demais e contou com a participação do Pedro Vuks, fazendo improvisos junto com a banda. Foi um dos melhores shows que já fui dessa rapaziada! Curti demais!

O site deles é a sensação, interativo e cheio de informações gostosinhas… pra quem não conhece rola de ouvir umas músicas por lá também. Vai logo ver e ouvir, vai!

Boas Impressões!