sábado, 4 de setembro de 2010

Feira do Empreendedor - Sebrae MG

Na parte da tarde rolou o seminário "Moda, que negócio é esse?" em um dos auditórios do evento, onde Ronaldo Fraga participou como mediador do bate-papo sobre o empreendimento da moda. Como convidados participaram a criadora da Farm - a super simpática Kátia Barros, e o estilista, que representa o Brasil no setor de alta-costura na Europa, Gustavo Lins.

Kátia Barros, Gustavo Lins e Ronaldo Fraga - "Moda, que negócio é esse?"
Os depoimentos da Kátia Barros sobre o crescimento da Farm foram super interessantes. Como Ronaldo Fraga fez questão de pontuar, é bacana a maneira dela de descrever sua trajetória pois avalia sempre os aspectos positivos e negativos simultaneamente, nos fazendo enxergar que, para levar adiante uma marca, é preciso batalhar muito e que, muitas vezes, são as falhas que possibilitam circunstâncias essenciais para o crescimento no mercado.

A marca Farm começou na Feira Hype, no Rio de Janeiro, em agosto de 1997 como Kátia faz questão de relembrar, com muito orgulho. Aos poucos foi crescendo e ocupando outros espaços no Rio, como Copacabana e depois Ipanema. Kátia conta que, neste momento de crescimento, precisou contratar uma outra pessoa pra ajudar na marca, mas que esta pessoa foi, na realidade, um problema, pois foi responsável por uma compra de matéria-prima cinco vezes maior da que estava prevista para a marca - fato este que quase quebrou a Farm. Mas em uma grande sacada, tudo foi se resolvendo: era janeiro, ninguém quer comprar mais nada pós-Natal e Ano Novo, pensou então: onde as pessoas estão em janeiro? Na Praia! Abriram então correndo uma loja em Búzios-RJ. Pintaram, arrumaram, tudo às pressas, e deu super certo! A partir daí o que rolou foi muito crescimento, abriram loja aqui em Belo Horizonte, em São Paulo, e foram adaptando aos espaços, mas sem perder a característica carioca da marca, que valorizava a raiz praiana, com muita cor, cara de verão e a malemolência do povo do Rio. Em novembro de 2008 criou a Fábula, marca infantil filha da Farm e em 2009 montou lojas no sul do país, o que confessa que não deu muito certo pelo estilo da sua marca, que não se adapta ao frio e aos hábitos de vestir do sul, mas encara isto como um desafio que ainda pretende contornar. Falou um pouco de suas estampas, que são todas produzidas pela "La Estampa" (que já citei aqui no blog)! Enfim, foi interessantíssimo ver toda a trajetória descrita pela Kátia, um aprendizado enorme sem dúvida alguma!

Gustavo Lins, mineiro por natureza e arquiteto de formação, construiu toda sua grande carreira fora do país. Não foram exatamente conseqüências do destino, Lins, em países estrangeiros, enfrentou com a cara e a coragem a vontade de alcançar seu objetivo: a moda. Em Paris, bateu em portas de diversas casas da moda, recebeu, segundo o estilista, vários nãos, mas na contínua persistência, em um momento foi escutado. Assim, trabalhou com John Galliano, Hemant Lecoanet, na Jean Paul Gaultier Couture e com uma mulher que era a chefe do ateliê do Cristobal Balenciaga. Estas experiências proporcionaram a Lins o contato com tecidos finíssimos, acabamentos impecáveis, peças exclusivas e feitas à mão, ensinou ao estilista os "rigores da corte da alta costura", inserindo em sua retórica a importância dos ajustes, dos bons materiais, acabamentos perfeitos e riqueza de detalhes. Depois destas experiências criou sua própria marca, que hoje está inserida no mercado da alta-costura parisiense, com muito reconhecimento e sucesso. Como ele mesmo disse: Meu cliente é o John Galliano (pouco chique). Achei muito interessante muitas coisas do processo de crescimento do Gustavo Lins, correu muito atrás e batalhou pelo que queria fazer, mérito dele. Porém, fiquei um pouco intrigada com sua observação quando Ronaldo Fraga perguntou o que faria diferente se voltasse no tempo: Lins respondeu que "seria menos mineiro - menos discreto", posso estar errada, mas interpretei isto um pouco como uma "fuga das próprias raízes", não concordei em nada com este depoimento final - um pouco decepcionante para aqueles que se orgulham fervorosamente de onde vêm (né não?). O que vocês acham disto?

Boas Impressões!!!

2 comentários:

  1. Ana, tabbém adorei o seminário da feira do empreendedor! foi realmente muito proveitosoo!
    o seu blog esta cada vez melhor!!
    muitoo sucesso!
    beijos Marcela Amorim

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  2. Achei a matéria interessantíssima. Li tudo, adorei. Acredito que a frase do Lins em ser menos mineiro, é pelo do mineiro ter mais medo de arriscar, aventurar-se.
    Pode ser uma interpretação. Beijos.

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