sábado, 30 de julho de 2011

Pelas Terras Mineiras

Ouro Preto – MG

Minhas terras, terras lindas e belas… como todo bom mineiro, sou dessas que se orgulha de cada pedaço histórico das cidades de interior, de cada folhinha ou flor que exibem na natureza, de cada morro que torneiam as pernas, deixando-as durinhas e exaustas de tanto subir e descer. Sou uma apaixonada por Ouro Preto e esse ano senti uma falta de tanto que demorei ir pra lá… Igrejas vistosas, casas coloridas e cheias de charme, rendinhas no telhado, janelas coloniais… são presentes aos olhos de quem passa…

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A foto acima tirei de um detalhe da entrada da Igreja do Pilar em Ouro Preto. Com uma casa ao fundo. O entardecer amarelo lindo, numa tarde gostosa de inverno. Julho de 2011.

Fomos para Ouro Preto em julho agora, desfrutar um pouquinho do festival de inverno. Ouvimos Hermeto Pascoal, na praça da UFOP e Milton Nascimento, em Mariana-MG. Tudo isto com um friozinho gostoso, misturado com umas boas comidas e bebidas para aquecer o corpo! Já quero voltar… logo!

“Não posso mover meus passos
Por esse atroz labirinto
De esquecimento e cegueira
Em que amores e ódios vão:
- pois sinto bater os sinos,
percebo o roçar das rezas,
vejo o arrepio da morte,
à voz da condenação;
- avisto a negra masmorra
e a sombra do carcereiro
que transita sobre angústias,
com chaves no coração;
- descubro as altas madeiras
do excessivo cadafalso
e, por muros e janelas,
o pasmo da multidão.”

Cecília Meireles – Romanceiro da Inconfidência

A cidade das maravilhas (é assim que chamo Ouro Preto), carrega a sua história em cada pedaço da cidade. É verdade que tem um peso, nas senzalas, na Casa dos Contos, mas eu acho que até essa energia cativa as pessoas para aquele lugar. No final de semana que fomos era dia de Nossa Senhora do Carmo – A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, que fica perto da Praça Tiradentes, estava comemorando em várias horas: o sino tocava lindamente em momentos marcados… Dava para ouvir de onde estivesse na cidade. Um “clima” especial, eu diria…

Diamantina – MG

Diamantina, cheia de cores, eu ainda não conhecia. Fui para lá no final de semana passado também para o festival de inverno. De primeira já me encantei: que estrada maravilhosa! Nem consegui cochilar bem no ônibus porque não conseguia parar de olhar pela janela, que delícia de caminhos, seguraram o meu olhar.

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As fotos acima são da estrada de Belo Horizonte quase chegando em Diamantina – tirei de dentro do ônibus mesmo, estava um sol lindo colorindo a tarde… delícia de viagem!

“Ornam aos campos e aos matos,
Engraçadas, tenras flores,
Com diferença nas cores,
No feitio e em tudo o mais.”

trecho de “Descrição Curiosa (…) da Capitania de Minas Gerais” do português Joaquim José Lisboa. 1806.

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Vista do alto de Diamantina, com a serra do espinhaço.

Chegamos em um dia com o tempo bem ameno, de tantos casacos e cobertores que carregávamos começamos a sentir até um bom calor. Primeiro dia: vestidos e sandalinhas foram bem vindos. Que delícia de vento, e que solzinho agradável! Já em todos os outros dias o frio apareceu, e veio forte que sentimos até mais frio que em Ouro Preto! Nossa! 3, 4 camadas de roupa ainda não eram suficientes: casacos, cachecóis, luvas, gorrinhos, capuz e etc, eram peças obrigatórias para se aquecer. Além disso, o que salvava mesmo eram as fogueirinhas quentinhas, com um bom violão em volta e uma garrafa de vinho tinto ou cachaça.

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Igrejinha na rua das mercês.

Assistimos algumas apresentações do festival na rua: a peça “Mais Alto que a Lua” do Galpão Cine Horto foi uma delícia de assistir!

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A foto da esquerda é de uma cena da peça “Mais alto que a lua” do Galpão Cine Horto, no festival de Diamantina e a da direita é uma apresentação musical e de dança do pessoal da região.

Estou aqui… irradiando alegrias destes meus dias caminhantes nessas terras com bons amigos! E ainda pretendo voltar mais e sempre! Faltou Tiradentes nessa lista e São João Del Rey. Na verdade faltaram muitos lugares…

Contando sobre a minha viagem para o meu querido amigo e mestre de pintura Mário Zavagli, ele dividiu comigo a imagem de uma das lindas aquarelas que ele já fez da região de Diamantina, tenho, sem dúvida, que dividir essa linda pintura com vocês:

Zavagli, Mário. Diamantina.

Mário Zavagli, “Diamantina”. Aquarela s/ papel.

Divido com vocês um pouco das cores, alegrias, frios, quentumes, artes e pessoas que vimos por lá.

Boas Impressões!

4 comentários:

  1. Lindo!Como não amar ainda mais essas Minas Gerais, depois de ler um texto desses?parabéns!

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  2. Lindo mesmo! Depois de ler seus comentários dá mais vontade de retornar a estes belos lugares, observando ainda mais cada detalhe.

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  3. da minha terra sou suspeita, mas que aqui é lindo, é lindo!

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